Na sexta-feira, dia 27, o arcebispo de Mariana, dom Airton José dos Santos, fez uma saudação aos romeiros participantes do 7º Fórum Social pela Vida, realizado em Barão de Cocais entre quinta-feira e domingo, quando se deu o encerramento. Na quinta-feira, dando início ao evento, acolhida e credenciamento dos romeiros que vieram da região dos 79 municípios, que integram a Arquidiocese de Mariana, promotora do evento em parceria com a paróquia São João Batista, em Barão de Cocais. Os romeiros, em torno de 600 pessoas que vieram para o Fórum Social, debateram temas dos dois painéis , “A Terra clama por justiça e os pobres, por direitos” e “Políticas públicas e mineração”, em óbvia referência à situação de emergência que vive Barão de Cocais, devido ao risco de a barragem do Gongo Sôco, da Vale, se romper. Na ocasião, houve protesto contra a Vale, que foi alvo de críticas por tragédias em Mariana e Brumadinho e riscos de rompimento da barragem de Gongo Sôco, em Barão de Cocais.
A audiência de lideranças políticas chamou a atenção das lideranças católicas, que se reuniram no sábado, dia 28, no salão paroquial com as autoridades de Barão de Cocais. Compareceram o prefeito Décio Geraldo dos Santos, o vice-prefeito, Lourival Ramos, e os vereadores, Lúcio Pastor e Leonei Pires, que dirigiram críticas contra a mineradora Vale, com a participação dos poucos romeiros presentes ao encontro.
No domingo, após a Romaria dom Luciano Almeida pela Vida, em caminhada pelas diversas ruas de Barão de Cocais, retornaram ao ginásio poliesportivo, onde ocorreu durante quatro dias, o Fórum Social pela Vida. No encerramento, o arcebispo de Mariana, dom Aírton dos Santos, alertou para a dimensão humana do desrespeito com a natureza, que ele afirmou “ser também uma agressão contra Deus”. O arcebispo de Mariana ainda afirmou ao Fórum Social pela Vida, que “fazer barragem para romper” é um desastre e uma agressão contra a natureza. Destruir a natureza como é feito e provocar o rompimento é inadmissível, pois envolve vidas humanas. “Precisamos trabalhar isso” criticou o arcebispo, em referência as barragens da Vale em Mariana e Brumadinho, além de Barão de Cocais, que está em alerta par risco de rompimento desde fevereiro. Logo após encerrar o ponunciamento, dom Aírton dos Santos, foi interpelado por Sillene Gonçalves, de Conselheiro Lafayete, que entregou uma cruz de madeira, simbolizando “a luta dos povos da região contra a destruição do meio ambiente”.
*Leonel Marques, de Barão de Cocais