A culinária mineira e o design cearense foram reconhecidos pela entidade, como práticas sustentáveis
Nesta quarta-feira (30/10), Belo Horizonte (MG) e Fortaleza (CE) entraram para o rol da Rede de Cidades Criativas da Unesco. As capitais foram reconhecidas pela entidade por basearem o desenvolvimento sustentável através da culinária e do design, respectivamente. Ao conquistar o título, as cidades têm a oportunidade de participar de projetos estratégicos em âmbito internacional e fomentar a indústria criativa local de forma sustentável e inclusiva.
No Brasil, outras oito cidades já contavam com o título: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no do Design; João Pessoa (PB), em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA), na Música; e Santos (SP), no Cinema.
As cidades criativas da Unesco comprometem-se a colocar a cultura no centro de suas estratégicas de desenvolvimento e compartilhar suas melhores práticas. Elas trabalham em busca de dois objetivos comuns: colocar as indústrias criativas e culturais no centro dos planos de desenvolvimento locais e cooperar ativamente por meio de parcerias entre cidades em nível nacional e internacional. Elas se dividem em sete categorias: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música.
Gastronomia Mineira
Com uma arte culinária singular e que remete a uma tradição de décadas, Belo Horizonte vem se consolidando cada vez mais como um ativo imprescindível para o turismo gastronômico no país. De acordo com dados da Pesquisa de Demanda Turística do Ministério do Turismo, a culinária é o item mais bem avaliado pelos turistas estrangeiros na capital mineira, com índice de mais de 98% de aprovação.
Hoje, a gastronomia responde por quase 40% dos empregos na economia criativa de Belo Horizonte, com mais de 21 mil pessoas formalmente empregadas. Segundo a Abrasel-MG, o setor movimenta 4,5 bilhões de reais por ano, considerando as suas 45.662 empresas do setor de alimentos, das quais 18.699 são bares e restaurantes, distribuídos em mais de 10 polos gastronômicos.
Design Cearense
A capital do Ceará é considerada a 4ª capital do país em número de estabelecimentos do segmento, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Além disso, Fortaleza ocupa hoje a terceira posição entre as capitais brasileiras em número de empregos formais no setor de Design, com uma taxa de 273,9 projetistas por milhão de habitantes, 80% superior à média brasileira. Tudo teve início com o ciclo da plantação de algodão no Ceará, a partir do século XVIII, quando o processo de industrialização de Fortaleza se consolidou com a criação de um parque industrial têxtil e uma área de produção de moda.