Comissão da ALMG questiona uso de dinheiro público em ‘Museu do Sexo’


A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) esteve, nesta terça-feira (2/7/19), na rua Guaicurus, zona boêmia no Centro de Belo Horizonte, para constatar a existência de uma obra de restauração e intervenção num antigo casarão para a construção do futuro Museu do Sexo das Putas. Participaram da visita os deputados Sargento Rodrigues (PTB), presidente da comissão, e Gustavo Santana (PR).
O imóvel está danificado e em sua frente há duas placas afixadas. Uma delas informa que o trabalho foi autorizado em 27 de agosto do ano passado, pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, pela Fundação Municipal de Cultura, pela Diretoria de Patrimônio Cultural e pelo Departamento de Gestão e Monitoramento. A outra placa indica que a obra é organizada pela Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig). No local, os deputados se encontraram com o vereador Jair di Gregório (PP), que também foi verificar a obra.

A visita foi aprovada em reunião da comissão realizada pela manhã, a partir de requerimento apresentado pelos dois parlamentares que foram ao local, mais o deputado João Leite (PSDB). A motivação foi um vídeo recebido pelo deputado Sargento Rodrigues, mostrando o local e criticando o uso “do dinheiro do contribuinte”

A indignação foi compartilhada pelos deputados na reunião. Para João Leite, a existência de um museu dessa natureza exalta um local usado para a exploração de mulheres e crianças pelo sexo. “Não há nada de progressivo nisso”, criticou.
A indignação foi compartilhada pelos deputados na reunião. Para João Leite, a existência de um museu dessa natureza exalta um local usado para a exploração de mulheres e crianças pelo sexo. “Não há nada de progressivo nisso”, criticou.

Sargento Rodrigues também se revoltou com a notícia. “Com tanta coisa a ser feita no município, é inadmissível usar o dinheiro público para uma obra dessas”, disse. Após a visita, ele confirmou a constatação das imagens do vídeo e disse que aguarda um posicionamento das autoridades. “Esperamos uma resposta sobre se há dinheiro público ou trabalho de servidor público envolvido”, afirmou.

Na reunião, foi aprovado requerimento, assinado pelos três deputados, de pedido de informações ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, ao secretário Municipal de Cultura, Juca Ferreira, e aos vereadores da cidade. Os deputados indagam sobre a existência de aporte financeiro, ordem de serviço ou convênio para reforma e revitalização do casarão para instalação do museu.

Também foram aprovados requerimentos para encaminhar o vídeo para o presidente Jair Bolsonaro, para a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. O objetivo é dar conhecimento e pedir providências que julgarem cabíveis ao caso.

ALMGBelo Horizonte