Economia latino-americana deve crescer 0,5% em 2019, segundo o Cepal

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) prevê desaceleração do crescimento econômico da região este ano, diante de um contexto internacional de maiores incertezas e complexidades e de um enfraquecimento dos investimentos, das exportações e do consumo.

A conclusão é do relatório anual “Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2019”, divulgado na quarta-feira (31) pela secretária-executiva do organismo das Nações Unidas, Alicia Bárcena, em coletiva de imprensa em Santiago, no Chile.

Segundo o documento, a região crescerá este ano apenas 0,5%, cifra inferior ao 0,9% registrado em 2018. Esse desempenho é atribuído aos efeitos de um enfraquecimento da economia global, o que provocou um cenário internacional desfavorável para a região. Para o Brasil, a projeção é de crescimento de 0,8% este ano.

Além disso, no âmbito interno, o baixo crescimento se deve ao pouco dinamismo exibido pelo investimento, pelas exportações e pela queda do gasto público e do consumo privado.

Diferentemente de anos anteriores, em 2019, a desaceleração será generalizada e afetará 21 dos 33 países da América Latina e do Caribe. Em média, a expectativa é de que a América do Sul cresça 0,2%, a América Central, 2,9%, e o Caribe, 2,1%.

“A região enfrenta um contexto externo com maiores incertezas e complexidades crescentes: menor dinamismo da atividade econômica mundial e do comércio global; maior volatilidade e fragilidade financeira; questionamentos ao sistema multilateral e um aumento das tensões geopolíticas”, disse Bárcena.

De acordo com o “Estudo Econômico 2019”, o espaço fiscal foi restringido por níveis de arrecadação insuficientes para cobrir o gasto, o que deriva em déficits e em um aumento do endividamento nos últimos anos.

Além disso, os efeitos da crescente volatilidade cambial e das maiores depreciações de moeda limitarão a possibilidade de os bancos centrais da região aprofundarem políticas de estímulo da demanda agregada, o que se soma ao fato de que os condicionantes estruturais acentuam a vulnerabilidade externa e não ajudam a dinamizar o crescimento (estrutura exportadora centrada majoritariamente em bens primários e queda tendencial da produtividade).

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