Morro Vermelho encena tricentenária cavalhada no 7 de setembro


A população católica do distrito de Morro Vermelho, Caeté, na Grande BH, revive, de 6 a 8 de setembro de 2017, tradições folclóricas e religiosas mantidas há pelo menos 312 anos, sem nenhuma interrupção. É a Festa Nossa Senhora de Nazareth, que tem como destaque uma série de tradições, como cavalhada folclórica-religiosa e missa cantada em latim com coro e orquestra, durante a qual moradores festejam a natividade da Virgem Maria com bolo e muito doces caseiros, feitos especialmente para esta ocasião.
As festividades começaram dia, 30 de agosto, com novena solene na matriz de Morro Vermelho e em Caeté, onde a bandeira da Santa percorre casas diariamente, sendo conduzida ao Morro Vermelho, no fim da tarde desta quarta-feira, dia 6, por mais de 500 cavaleiros, num percurso de 10 quilômetros em estrada de terra. A Cavalhada de Nossa Senhora de Nazareth, na noite do dia 7 de setembro, relembra a luta entre cristãos e mouros e a conversão destes ao cristianismo, depois de 800 anos de lutas.
No dia 8, moradores e visitantes participam de outra tradição centenária: Missa solene orquestrada e cantada em latim a quatro vozes. Para comemorar o aniversário da Virgem Maria, moradores, de acordo com as possiblidades de cada um, fazem doces e um grande bolo, que são oferecidos a Nossa Senhora durante o ofertório, com o tradicional canto do “Parabéns”. Ao final da celebração, as guloseimas são distribuídas aos fiéis e eles acreditam que os docinhos são abençoados por Nossa Senhora.
Ao fim da tarde, procissão luminosa percorre as ruas enfeitadas pelos moradores e na chegada a imagem da Santa é recebida por apoteose de fogos de artifício e aplausos da multidão. A festa termina com o canto do Te Deum, em latim, em agradecimento a Deus pelo sucesso das celebrações. A Festa de Nossa Senhora de Nazareth atrai milhares de visitantes e romeiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte e até de outros estados.

Missa cantada em latim e Cavalhada
Na quinta-feira, dia 7, moradores e turistas são acordados às 4h com banda de música, fogos e repique de sinos, anunciando as festividades. Ao meio-dia, começa o Desfile dos Mascarados, que percorrem ruas e casas para expulsar os males e limpar os caminhos para cavalhada à noite. Pontualmente às 20 horas, 12 cavaleiros cristãos e 12 mouros conduzem a bandeira de Nossa Senhora de Nazareth à praça, onde são recebidos por fogos de artifício, repiques de sino e banda de música. O imperador mouro saúda com embaixadas a bandeira, recebida do embaixador cristão, que também a venera.
Os mouros hasteiam a bandeira em seu reino, simbolizando a adoção da fé cristã. Para selar a paz entre os povos, os embaixadores dão novas embaixadas. Cristãos e mouros entrelaçam fitas no mastro, amarrando o compromisso de fé aos pés da Virgem Maria. Unidos, os cavaleiros fazem uma série de evoluções. Encenam um 8 (união de dois povos), uma meia lua (início de uma amizade crescente) e assistem a um espetáculo pirotécnico (queima de deuses pagãos). Cristãos e mouros fazem novas evoluções e se despedem da multidão.
Na sexta-feira, dia 8, dia da Natividade da Nossa Senhora, há missa cantada em latim a quatro vozes, acompanhada de orquestra. À noite, moradores e visitantes percorrem, em procissão, ruas enfeitadas. A chegada da imagem à matriz é transformada em apoteose e queima de fogos, sendo a festa encerrada com o Te Deum, um agradecimento a Deus.
*Adriana Pinheiro

Comentário

CaetéEvento religiosoMorro VermelhoPatrimônio HistóricoTurismo