Preços da indústria crescem 0,45% em setembro e têm segunda alta seguida


O aumento dos preços do diesel, gasolina e óleos combustíveis pressionou a alta de 0,45% na inflação da indústria em setembro, na comparação com agosto. A alta de 1,06% dos alimentos também contribuiu para manter a inflação do setor no patamar positivo, considerando que é a atividade com maior peso no índice (23,31%).

Essas variações positivas superaram até mesmo a forte queda de 10,49% nos preços na indústria extrativa. É o que mostra o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado hoje (05) pelo IBGE. O IPP mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação.

Esta é a segunda alta seguida, depois de duas quedas consecutivas em junho (-1,13%) e julho (-1,20%), sendo que em agosto houve variação de 0,92%. No acumulado no ano, os preços subiram 2,94% e, em 12 meses, caíram 0,99%.

A oscilação de preços dos minérios de ferro no mercado internacional foi a principal influência na queda nos preços da indústria extrativista. “Quem dita os preços do minério de ferro é a China, principal compradora do Brasil. E, além da política de preços chinesa, há outro fator, que é a base de comparação frente a meses de grandes altas”, explicou o gerente do IPP, Manuel Campos.

O setor de alimentos foi influenciado pelos aumentos dos preços do óleo de soja, carnes bovinas e açúcar, especialmente devido à depreciação do real frente ao dólar. No caso do açúcar, a oferta menor explicou a alta nos preços, tanto por causa do direcionamento da cana-de-açúcar para a produção de álcool, quanto pelo atraso na colheita no Nordeste.

Outras contribuições positivas vieram do refino de petróleo e produtos de álcool, que cresceram 3,64%, depois de três meses consecutivos com variações mensais negativas. “Nesse setor houve a influência do aumento no preço do óleo bruto de petróleo”, comenta Campos. Já outros produtos químicos, com alta de 0,97%, contribuíram devido ao aumento no nível de importação, complementou o gerente da pesquisa.

A divulgação de setembro do IPP é a primeira com dados para grupos no nível de três dígitos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae 2.0) em 23 novas séries, que estarão disponíveis no Banco de Tabelas do IBGE (Sidra) com resultados a partir de dezembro de 2018. Essa atualização é desdobramento da ampliação da amostra da pesquisa, que passou para 2.070 empresas e 416 itens, conforme divulgado em abril

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