Santuário do Caraça inaugura usina fotovoltaica

Situado a cerca de 120 km de Belo Horizonte, entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, o Santuário do Caraça é conhecido no Brasil e no mundo pelas belezas naturais e riqueza histórica. O que poucos sabem é que o complexo é vanguardista em geração de energia para consumo próprio, sendo responsável pela segunda usina hidrelétrica de Minas Gerais. E agora, o local acaba de inaugurar a sua usina fotovoltaica, que deve gerar cerca de 40% da energia necessária para o funcionamento do local.

Uma ampla área foi preparada atrás da Fazenda do Engenho para receber 270 painéis para captar a energia solar. De acordo com o Pe. Emanuel Bedê, um dos responsáveis pela iniciativa, o Santuário do Caraça saí na frente ao adotar este tipo de geração de energia. “Temos o compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente. Além do benefício de economia na conta, avançamos mais na preservação do Santuário do Caraça, que está aos nossos cuidados há 200 anos”, explica.

Pe. Emanuel destaca que não é a primeira vez que o Santuário do Caraça investe em geração de energia. “Mais uma vez somos vanguarda, pois temos a segunda usina hidrelétrica de Minas Gerais, que culminou no lago do Tanque Grande, que hoje é um dos pontos mais procurados pelos turistas. Agora, pelo o que temos notícia, somos a primeira congregação religiosa a construir uma usina fotovoltaica”, conta.

A princípio, a usina de energia solar levaria o nome do atual diretor do Santuário do Caraça, Pe. Lauro Palú, mas ele sugeriu uma homenagem a outro personagem que faz parte da história do local: o Irmão Nilo Neto, que trabalhou por mais de 40 anos no complexo e era o responsável pela ativação diária da usina hidrelétrica. “Me recordo de ver o irmão iluminando a trilha com uma lamparina à noite para desligar a usina”, conta Pe. Lauro Palú.

De acordo com o engenheiro eletricista Pedro Saragoussi, responsável pela implantação da Usina Fotovoltaica Irmão Nilo Neto, a estrutura foi projetada para atender a Fazenda do Engenho e a energia gerada, aproximadamente 10 mil kWh, poderia abastecer cerca de 63 residências, mas o excedente de energia não é desperdiçado. “A energia solar é captada pelos painéis e transportada até inversores, que transformam a energia contínua em alternada. Existe uma ligação direto com a rede da Cemig que, no caso de gerar mais energia que o necessário para o Caraça, o excedente é direcionado para a rede geral, o que gera créditos na conta de eletricidade”, explica o profissional, que reforça a viabilidade financeira da iniciativa, já que a previsão é que o investimento de pague em quatro anos de funcionamento.

O engenheiro destaca que, além da economia financeira, existe o ganho ambiental. “A próxima fatura de energia elétrica deve vir com 1/3 do valor praticado nos meses anteriores, mas, além disso, a projeção é que cerca de 17 toneladas de CO2 deixem de ser lançados na atmosfera, já que com a energia limpa do sol, há menor necessidade de acionamento das termoelétricas, que são muito poluentes”, completa.

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