Em 1937, o senhor Jorge da Silva Calunga fez um promessa a Santo Amaro e, sendo uma graça alcançada, ele realizaria durante todos os anos uma festa. Como ele conseguiu a graça, ensaiou e realizou a primeira cavalhada de Brumal. Festa de cunho nitidamente religioso a Cavalhada de Brumal é realizada no primeiro domingo do mês de julho antecedida por diversificada programação religiosa, cívica, cultural e de lazer. O evento reúne milhares de devotos, romeiros, turistas e visitantes vindos de diversos lugares da região no largo da matriz, um imenso espaço localizado no centro da vila colonial de Brumal.
A Cavalhada de Brumal foi criada em 1937, pelo tropeiro Jorge da Silva Calunga, natural de Morro Vermelho, distrito de Caeté. Em meados de 1936 mudou-se para Brumal com toda sua família. Tropeiro de profissão foi trabalhar na Fazenda Paraíso de propriedade de Wlisses Xavier de Gouveia onde conheceu outro tropeiro, Amaro Antônio Luiz. Animados resolveram realizar uma grande festa em homenagem ao padroeiro e, juntamente com outros amigos, tropeiros e devotos importaram de Morro Vermelho a Cavalhada que ali se realizava com grande pompa. Os dois compadres foram os primeiros embaixadores da grande festa que se realizou no dia 1º de julho de 1937, no Largo da Matriz. Nascia ali uma das mais significativas manifestações culturais da região de Santa Bárbara.
A Cavalhada é a encenação das lutas travadas, na idade média, entre os Mouros, Mulçumanos do norte da África, e cristãos pelo domínio da terra santa e foi trazida ao Brasil pelos Jesuítas por volta de 1600. Tem-se notícia desta manifestação em Portugal já no ano de 1451, nas festas de despedida da princesa Leonor que se casou com o Rei Frederico III, de Roma. Em Brumal a festa conta com 34 cavaleiros, ricamente vestidos, divididos entre Mouros e Cristãos, que trançam espetacularmente fitas num grande mastro encimado por um estandarte com a estampa de Santo Amaro.
O mastro colocado no centro da praça, símbolo dos campos de Batalha, erguido, simboliza a vitória dos cristãos e o trançar das fitas traduz a alegria pela grande conquista do cristianismo. A fita vermelha simboliza o período das guerras, das cruzadas, das lutas pela unificação da terra santa e do cristianismo. A fita amarela é o símbolo do ouro, da realeza e das conquistas dos cristãos. A fita verde representa a esperança da conquista e do cristianismo unificado e a azul significa a salvação, o céu, esperança maior de todos os cristãos. Santo Amaro, padroeiro do distrito de Brumal, nasceu em Roma, no século VI, depois de Cristo. Ingressou na ordem criada por São Bento como missionário beneditino. Viveu maior parte de sua vida na França.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santa Bárbara