Governo lança Novo Mercado de Gás

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“Essa é uma grande oportunidade para reativar a nossa industrialização”,
diz ministro Paulo Guedes

Foto de Instalações de gás

O governo federal lançou, nesta terça-feira (23/7), em cerimônia no Palácio Planalto, o programa Novo Mercado de Gás, frequentemente chamado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de “choque de energia barata”.

O programa prevê a quebra efetiva do monopólio da Petrobras no mercado de gás natural e a melhoria na regulação do transporte e da distribuição de gás natural no país, garantindo concorrência e competitividade para o setor, em um cenário que aponta para um forte crescimento da produção nos próximos anos, impulsionado pela exploração do pré-sal. O principal objetivo do governo com a medida é diminuir os custos da energia e de toda a produção industrial do país, gerando uma forte redução do custo da indústria brasileira.

É o que defendeu o ministro Paulo Guedes em fala à imprensa: “O novo mercado de gás vai nos permitir não só aumentar os investimentos no setor de energia, como gás e petróleo, mas, principalmente, reindustrializar a economia brasileira. A economia industrial brasileira sofreu muito nos últimos 10, 15, 20 anos. A indústria chegou a ser 20% do PIB e encolheu para em torno de 10% do PIB. Isso por excesso de impostos, juros altos, custos de energia, custo de logística… Então, nós estamos, a partir de hoje, atacando um componente básico, que diminui e derruba a produtividade da economia brasileira que é exatamente a energia muito cara”.

Diferentemente do gás de cozinha, o gás natural é considerado o gás da indústria já que, após tratado e processado, possui grande teor energético sendo muito aproveitado tanto para a geração de energia quanto como matéria-prima nos mais diversos segmentos industriais como o petroquímico, siderúrgico, alimentício, para a produção de vidros, plástico, fertilizantes, produtos de beleza e materiais de construção, por exemplo.

Diante disso, a expectativa do governo é que a oferta de gás natural mais barato exerça um papel fundamental para a retomada do crescimento econômico, estimulando investimentos e garantindo competitividade para a indústria brasileira. Para o ministro Guedes, essa é uma grande oportunidade para reativar a nossa industrialização e gerar mais oportunidades de investimento, crescimento de longo prazo, emprego e renda para o país.

“Nós estimamos que vai ser possível, segundo nossos cálculos, que o preço caia em 40% em dois anos, não só do custo da energia , mas também de insumos industriais básicos. Então, se nós conseguimos realmente derrubar isso em 40%, estimamos uma possível reindustrialização que pode chegar até 8% do PIB em até dez anos após essa queda no preço da energia. Nós estamos trabalhando no sentido de uma reindustrialização da economia brasileira em cima de energia barata”, enfatizou.

Além disso, como em torno de 20% do total do gás de cozinha (GLP) tem origem no gás natural, a medida tem potencial para que a redução alcance também ao gás de botijão e o preço da energia, já que há usinas térmicas que utilizam o gás natural como combustível para a produção de energia.