O sino da matriz cocaiense badala no Corpus Christi

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O antigo sino da Matriz Santuário São João Batista do Morro Grande (1764-1785) primeiro projeto arquitetônico do Aleijadinho, badalou solenemente pela primeira vez após o trabalho de manutenção, feito pelo engenheiro mecânico coaiense João Albano de Morais Quintão, que conhece a linguagem dos sinos, desde quando era “coroinha” do monsenhor Gerardo Magela Ferreira. O sino ecoou novamente na quinta-feira, dia 31 de maio, feriado de Corpus Christi, cuja procissão quilométrica, percorreu as ruas da cidade de Barão de Cocais, sob o som do sino da Matriz, badalado pelo octogenário sineiro e metalurgista aposentado Tarcísio José de Almeida (Cici da Eletrônica), 81 anos de idade. Cici, como é conhecido na cidade pés de pomba, aliás a sua terra natal Barão de Cocais, ele começou o trabalho de sineiro, já na maturidade após aposentar-se da Companhia Brasileira de Usinas Metalúrgicas (CBUM) – Gerdau) em 1993, aos 56 anos de idade. O seu mestre foi Agostinho de Almeida, outro sineiro da cidade, mas já falecido. Já são mais de 20 anos, subindo e descendo os degraus da escadaria de pedra de granito que levam ao alto da torre da Matriz Santuário de Barão de Cocais. Cici começou a tocar os sinos, quando era sacristão no início dos anos 1990 e permaneceu na função a pedido dos párocos cocaienses, padre Tarcísio Moreira e padre Nedson Ferreira de Assis, ambos cônegos da Arquidiocese de Mariana. Os olhos ainda brilham quando Cici manipula os sinos de bronze, fundidos no antigo arraial de São João Batista do Presídio do Morro Grande, hoje Barão de Cocais, alguns anos após a inauguração parcial da Matriz Santuário, no dia 8 de maio de 1785. Esta história foi contada pelo tio de Cici, Júlio Gonçalves. O sino maior, que badalou na festa de Corpus Christi, foi restaurado anos atrás, após sofrer uma trinca e alterar a sonoridade. Durou mais alguns anos e teve que ser fundido novamente em 2000., Cici informa ainda, , que “antigamente, o ritual dos sepultamentos passava pela igreja. Não havia velório no arraial de Morro Grande. Então, tinha o sino, a missão de avisar quando morria alguém. Dois sinos eram tocados. Era o “bambalão”, um repique lento e dobrado” conta o sineiro Cici, que já foi responsável na administração do cemitério do município por alguns anos. Ele também é o responsável pela manutenção do centenário relógio da Matriz Santuário, que marca o tempo de hora em hora, sob o ecoar do sino, cujo som se ouve a uma distância de um quilômetro. Cici ensinou a linguagem dos sinos a seu herdeiro, o moço Ernesto Gonçalves dos Santos, cujo filho está sendo preparado para tocar também. Tradicionalmente, os católicos acreditam que o som dos sinos, indica a presença de Deus no local. O engenheiro cocaiense João Albano, autor do projeto de reforma e manutenção do sino maior, inclui no rol das pessoas, pelas quais tem a mais alta estima e consideração, o lendário sineiro Tarcísio José de Almeida, o Cici, que com a sua colaboração, o sino da Matriz, entrou em operação com a ajuda de outros voluntário, depois de feita a sua manutenção. Com isso, abrilhantou a procissão do Corpus Christi, a festa magna dos católicos.
*Leonel Marques

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