Paraty e Ilha Grande (RJ) podem se tornar o próximo Patrimônio Mundial brasileiro

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Se aprovado pelo Comitê da Unesco, o local será considerado o primeiro sítio misto do Brasil

Foto de Paraty
Uma região de vasta riqueza cultural, que encanta por sua beleza natural. Paraty e Ilha Grande (RJ) estão prestes a ter reconhecido seu excepcional valor para a humanidade. O Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), se reúne de 30 de junho a 10 de julho, em Baku, Azerbaijão para decidir se o sítio será inscrito na lista do Patrimônio Mundial.

Serão analisados 28 pedidos de reconhecimento de sítios mundiais, sendo dois sítios mistos, ou seja, locais que reconhecidos ao mesmo tempo como Patrimônio Cultural e Natural Mundial. Além de Paraty e Ilha Grande, que podem se tornar o primeiro sítio misto brasileiro, o outro candidato é a região do Lago de Ocrida, na Albânia-Macedônia. De 1.092 bens inscritos da Lista do Patrimônio Mundial, apenas 38 são mistos.

“A região já atrai muitos visitantes, por sua natureza exuberante e efervescência cultural. Agora estaremos sob os holofotes do turismo mundial. O Brasil terá 22 bens brasileiros reconhecidos como Patrimônio Mundial. É um país continental com uma grandiosa diversidade cultural, o que demonstra a importância e potência desse território para compreensão da trajetória humana no planeta Terra”, celebra a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa.

Se aprovado, Paraty e Ilha Grande será o 22º bem brasileiro a levar o título da Unesco. Atualmente, há 14 sítios inscritos como Patrimônio Mundial Cultural e 7 bens do Patrimônio Mundial Natural, no Brasil.

O sítio misto abrange um território de quase 149 mil hectares, em que o centro histórico se cerca de quatro áreas de conservação ambiental. Ali estão o Parque Nacional da Serra da Bocaina; o Parque Estadual da Ilha Grande; a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Desde a Baía da Ilha Grande, são 187 ilhas, muitas cobertas de vegetação primária. Nesse extenso território, encontra-se um sistema cultural baseado nas comunidades tradicionais onde vemos estreita relação entre cultura e biodiversidade.

A candidatura de Paraty e Ilha Grande é fruto de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, Iphan, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Prefeituras Municipais de Paraty, de Angra dos Reis e Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Junto ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Instituto Histórico e Artístico de Paraty (IHAP), Fórum das Comunidades Tradicionais e Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, os órgãos responsáveis estão construindo, em conjunto, um plano de gestão compartilhada do sítio, envolvendo diversas representações locais.

A delegação brasileira em Baku é composta pelo secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania Henrique Pires, a presidente do Iphan Kátia Bogéa, o diretor de Cooperação e Fomento do Iphan Marcelo Brito, o assessor Adam Muniz, a assessora internacional do Ministério da Cidadania Juliana Santini de Oliveira, o prefeito de Paraty em exercício Valceni da Silva Teixeira, o prefeito de Angra dos Reis Fernando Jordão, a secretária de Cultura de Paraty Cristina Maseda, o secretário executivo de governo de Paraty Jose Antonio Garrido, o secretário de ambiente de Paraty Fabricio Soares, o diretor do Instituto Municipal do Ambiente de Angra dos Reis Mario Sérgio Reis e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Angra João Carlos Rabello.

O Brasil é membro do Comitê do Patrimônio Mundial e tem direito a voto. Participam também Angola, Austrália, Azerbaijão, Bahrein, Bósnia e Herzegovina, Burkina Faso, China, Cuba, Guatemala, Hungria, Indonésia, Kuwait, Quirguistão, Noruega, Saint Kitts e Nevis, Espanha, Tunísia, Uganda, Tanzânia e Zimbabwe.
*Fonte: Iphan