Presidente do Santos é suspenso pelo STJD

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Foto de reunião do STJD

Os Auditores da Quinta Comissão Disciplinar do STJD do Futebol puniram o presidente do Santos, José Carlos Peres, por declarações desrespeitosas contra o VAR e sugerir favorecimento ao Flamengo. Julgado nesta sexta, dia 8 de novembro, Peres foi punido com a pena mínima no artigo de 15 dias de suspensão. A decisão, proferida por unanimidade dos votos, cabe recurso ao Pleno.

Presente no julgamento o presidente José Carlos Peres prestou depoimento e esclareceu a entrevista concedida a uma rádio. “A frase sobre o Flamengo foi fora do contexto. Ali foi fora da discussão. As vezes o juiz não está preparado, tem pressão. Nunca falei que o juiz é desonesto. O juiz sofre a pressão. O juiz toma uma pressão e na hora pode beneficiar. O Flamengo é grande, como o Santos, o Palmeiras… Me arrependi de ter falado. Não quis dizer isso. A questão de ser campeão foi fora do contexto e pedi desculpas. Não faria se pudesse voltar atrás”.

Perguntado sobre a frase: “Se depender do VAR o Flamengo já é campeão”, o presidente respondeu:
“Em momento nenhum eu tentei desprestigiar o Campeonato Brasileiro. Não falei que está viciado, não falei que houve erro. Em momento nenhum um erro justifica o outro. O VAR hoje está sendo muito criticado. A força e pressão que o árbitro recebe. Foi o que quis dizer na frase “Se depender do VAR o Flamengo já é campeão”. Se pegar o contexto a discussão foi a falta de qualificação ou de conhecimento sobre o VAR”, finalizou.

Com a palavra, a Procuradora Adriene Hassen defendeu a denúncia. “A Procuradoria entende que a conduta realizada pelo presidente está no previsto no tipo do 58, inciso II do CBJD. A forma como o denunciado se colocou durante a entrevista excedeu o direito de liberdade de expressão. Houve abuso desse direito. Ele questiona a capacidade dos árbitros. O denunciado disse que pediu desculpas ao Flamengo, mas deixou claro que há um direcionamento que o Flamengo ganhe o campeonato. Isso não se pode permitir. Existem outras formas de apresentar essa insurgência e de se questionar”, concluiu.

Defensor do Santos o advogado Marcelo Mendes sustentou o pedido de absolvição do presidente. “Não só questão de contexto que as palavras foram proferidas, mas a diferença entre todos os outros casos de palavras dirigidas ao VAR. Todos os casos foram após a partida em coletiva, enquanto nesse caso foi em uma entrevista de um programa humorístico. Só zoação em duas horas. Contexto completamente diferente. Depois de duas horas ele foi questionado por um repórter e responde, mas depois ele contextualiza. Qual seria o limite da crítica? Todas as manifestações contrárias ao VAR vêm para esse tribunal. A maior defesa é o depoimento e a índole dele. A maior expressão que pode caracterizar o presidente é a boa praça. São dois anos de gestão e nunca veio a esse tribunal. Absolutamente primário”.

Relator do processo, o Auditor Flavio Boson justificou seu entendimento. “Mais uma vez estamos diante de denúncia contra a arbitragem. O árbitro se tornou o judeu na Alemanha Nazista. Todos os problemas são culpa do árbitro. Isso se reflete no campo. O árbitro toma uma decisão que a torcida não concorda e o estádio inteiro vai abaixo. O grande responsável por isso são os dirigentes de futebol. Entendo a sinceridade do presidente, mas é algo que se repete. Existem canais próprios para reclamações da arbitragem. Não consigo entender isso como liberdade de expressão. O árbitro é figura humana. Aplico a mesma pena do presidente do Palmeiras, pena mínima de 15 dias”.