Por René Rodrigues Júnior*
Para os seres humanos, fogos de artifício representam alegria, festa e celebração. Porém, para alguns animais de estimação, a situação é bem diferente. Tanto que, para esse fim de ano, a Prefeitura de São Paulo aprovou uma lei que proíbe o uso de fogos de estampidos. Será a primeira vez que a comemoração de Réveillon na avenida Paulista terá fogos silenciosos. O motivo? O barulho que é produzido no momento do estouro e a maneira repentina que acontece pode causar medo em alguns animais e muitas vezes até sintomas de pânico.
Como identificar se seu cão ou gato está com medo? Um dos indícios é o ato de tentar se esconder, andar ou correr pela casa em busca de um local seguro ou com menos barulho, ficam ofegantes (respiração acelerada) e em alguns casos com taquicardia (coração acelerado). Animais com predisposição ou com algum problema no coração podem apresentar até crises de inconsciência. Para aqueles que já estão com uma idade avançada ou que possuem algum tipo de doença, principalmente cardíaca, o efeito pode ser fatal. A descarga de substâncias no organismo causadas pelo medo em excesso pode fazer com que tenham uma parada cardíaca ou desencadeie um ataque de epilepsia.
Para amenizar o sofrimento desses animais no período da queima de fogos, o ideal é seguir algumas dicas como:
Oferecer um estímulo positivo – no caso de filhotes, fazer brincadeiras como jogar uma bolinha ou oferecer um petisco, ajuda a acalmar. O importante é tentar disfarçar o barulho e o medo dele com algo positivo para que se distraia enquanto acontece a queima, até que não ligue mais para os fogos.
Manter-se junto ao animal – se já houver um histórico de medo ou pânico causado pelos fogos de artifícios, o ideal é sempre manter o animal próximo ao tutor, assim ele se sentirá mais protegido e seguro.
Evitar locais perigosos – algumas residências possuem portas de vidro e muitos animais, no momento do medo, acabam atravessando o vidro e se machucam com a quebra, o que pode levar a óbito por lesões mais graves. Outro local a ser evitado são as sacadas de apartamentos ou sobrados, já que eles podem pular.
Uso de medicamentos – o uso de medicamentos tranquilizantes pode ser usado, mas somente quando for necessário e sempre sob a supervisão e prescrição do médico veterinário.
* René Rodrigues Júnior é médico veterinário da Magnus, fabricante de alimentos para cães e gatos.