Artigo: Páscoa: intoxicação dos pet por chocolate pode levar à morte

      Comentários desativados em Artigo: Páscoa: intoxicação dos pet por chocolate pode levar à morte

Foto de pet. meramente ilustrativa
Por Cibele Erreiras Ruiz*
A Páscoa certamente é o feriado favorito dos chocólatras de plantão. Além da grande oferta de ovos no varejo, as famílias costumam preparar deliciosas bacalhoadas, entre outros saborosos pratos. Mas existe um perigo muito grande cercando nossa mesa nessa época: o chocolate é extremamente tóxico para os pets.

Muito alimentos, que fazem parte da nossa dieta regular, não devem ser ofertados aos nossos amigos. Dentre eles, o café, alho, cebola e o chocolate, sendo o último responsável pela maior incidência de intoxicação alimentar em cães. Essa intoxicação encontra-se entre os 20 envenenamentos mais comuns descritos na literatura recente pelo National Poison Control Center – EUA (Centro de Controle Nacional de Envenenamento).

Em sua composição, o chocolate contém carboidratos, cafeína, teobromina, entre outras substâncias. A teobromina, um princípio ativo do cacau, é a mais perigosa para os pets. A quantidade dessa substância aumenta de acordo com o teor lipídico do chocolate, ou seja, quanto maior a concentração de cacau e mais amargo o chocolate for, maior a quantidade de teobromina.

A dose tóxica para os pets varia de acordo com o porte, peso e sensibilidade do animal à substância. De modo geral, em cães, é de 100 a 165mg por kg e em felinos é de 80 a 150mg por kg. Acima de 250mg/kg a dose passa a ser letal e, sinais clínicos leves, podem ser observados em cães que ingeriram 20mg por kg.

Os sintomas dependem da quantidade ingerida e do estado de saúde do animal, podendo surgir isoladamente ou de maneira concomitante. Os mais comuns são: excitação, nervosismos, batimento cardíaco acelerado, dor abdominal, vômito, diarréia, sede excessiva, respiração acelerada, tremores, espasmos musculares e até mesmo convulsões. É importante observar de perto o animal e ao menor sinal de suspeita de ingestão, não hesite em levá-lo ao médico veterinário.

As manifestações clínicas podem surgir entre seis e 12 horas após a ingestão do chocolate e os tratamentos com maior êxito começam até três horas após a ingestão. O médico veterinário fará as melhores abordagens de tratamento, de acordo com o período e quantidade elementos tóxicos ingeridos. Quando o tratamento é iniciado de maneira tardia, e já existe a incidência de complicações cardíacas e episódios convulsivos, a taxa de mortalidade é bastante elevada. A morte após a ingestão acontece em um período de 24h. Os animais que sobrevivem podem levar até três dias para se recuperarem. Nesses casos, raramente ficam sequelas ou efeitos de longo prazo.

Meu apelo é para que nesse feriado, esse petisco que parece inocente, mas é tão perigoso, não seja ofertado aos animais. É possível incluir os pets no almoço de Páscoa com chocolates e snacks apropriados e desenvolvidos especialmente para eles. Vale oferecer também bebidas, como vinho e cerveja, feitos com ingredientes saudáveis e saborosos ao paladar deles. Durante as datas comemorativas, os casos de intoxicação aumentam consideravelmente. Portanto, fica o alerta!

*Cibele Erreiras Ruiz é médica veterinária, consultora do Grupo Ipet e especializada em nefrologia/urologia na Clínica Veterinária Bele Bichos.

Sobre o Grupo Ipet:
Fundado em 2015 Grupo Ipet é uma das mais promissoras holdings do segmento pet no Brasil. A empresa é detentora das marcas IpetProducts, que dispõe de uma vasta linha de snacks, rações úmidas, acessórios, brinquedos e produtos para higiene e limpeza; DogBeer, cerveja que é resultado de uma mistura de água, malte e extrato de carne; Dog´sWine, um vinho para cães feito com extrato de carne, água e corante natural de beterraba; além dos molhos saborizados Barbecão, Barbecat, Cãotchup e Catchup. Mais recentemente, a empresa lançou o Botecão Pet, uma espécie de bar para animais cujo local pode ser utilizado para festas. O Grupo registra um crescimento acentuado e visa a expansão por meio de franquias.

Comentário