Desemprego fica em 11,8%, com recorde no emprego sem carteira

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Foto de operário na construção civil

A taxa de desocupação caiu de 12,0% para 11,8% na passagem do trimestre encerrado em junho para o terminado em setembro, influenciada pelo aumento na população ocupada e redução na desocupação. Mesmo com a queda na taxa, ainda havia 12,5 milhões de pessoas em busca de trabalho. Esses resultados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (31) pelo IBGE.

“Temos mais pessoas trabalhando e menos pessoas procurando trabalho. Essa queda na taxa é normalmente observada nos meses de setembro, é uma sazonalidade típica do mercado de trabalho. O ano geralmente começa com mais pessoas procurando trabalho e no 3º trimestre há tendência de reversão”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Informalidade
Com aumento de cerca de 459 mil pessoas, no trimestre encerrado em setembro, a população ocupada chegou a 93,8 milhões, um recorde na série histórica que teve início em 2012. A geração de postos de trabalho é em grande parte explicada por recordes em duas categorias associadas à informalidade: houve aumentos de 2,9% no emprego sem carteira no setor privado, que registrou 11,8 milhões de empregados, e de 1,2% de trabalhadores por conta própria, que totalizavam 24,4 milhões de pessoas.

“Do ponto de vista quantitativo, tem mais pessoas trabalhando nesse trimestre, mas a questão é a qualidade dessa forma de inserção informal”, ressalta a analista.

O aumento de pessoas ocupadas foi observado em todas as atividades, exceto na agricultura. Entretanto, apenas na construção o aumento de 3,8% foi estatisticamente significativo, com acréscimo de 254 mil postos de trabalho como pedreiros, marceneiros e pintores.

“Essa construção não é como em anos anteriores, realizada por grandes empreiteiras que contratam com carteira assinada. São obras e reformas em pequenos prédios, com profissionais que trabalham por conta própria”, analisa Adriana Beringuy.

A PNAD Contínua mostra, ainda, redução de 3,6% na população desalentada, com menos 174 mil pessoas nessa categoria, ainda chegando a 4,7 milhões.