Com o começo do inverno no hemisfério Sul, desde o dia 21 de junho, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou o Prognóstico Climático de Inverno 2019 indicando probabilidade superior à 50% de manutenção do El Niño no período. Os dados, gerados pelos principais centros meteorológicos internacionais, revelam que este fenômeno, caracterizado pelo aquecimento das águas do Pacífico, deverá se estender até meados da primavera, que começa dia 23 de setembro.
Desde meados da primavera de 2018 até a primeira quinzena deste mês, a anomalia de temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial vem apresentando valores acima de 0,5ºC, o que caracteriza um fenômeno El Niño de fraca intensidade, destaca o relatório do Inmet.
O inverno é caracterizado por ser o período menos chuvoso das regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte da região Norte e Nordeste do Brasil. É Caracterizado também por incursões de massas de ar frio oriundas do sul do continente, que provocam o declínio acentuado das temperaturas do ar. Esta diminuição de temperatura, pode ocasionar formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e no Estado do Mato Grosso do Sul; queda de neve nas áreas serranas e planaltos da Região Sul e episódios de friagem nos Estados de Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.
O El Niño, categorizado como anomalia climática, repete-se em intervalos irregulares, que costumam variar entre dois e setes anos. O evento ocorre em razão do aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, mais precisamente em áreas próximas à costa oeste do Peru e em países vizinhos. Os impactos são variados, tendo em vista as dimensões do território brasileiro e sua diversidade climática. Em algumas áreas, produz secas extremas e, em outras, eleva as temperaturas.
Veja a previsão por região:
Região Norte
A previsão indica que durante os próximos meses de julho a setembro a temperatura média do ar permanecerá dentro da média e acima, principalmente no sudeste paraense. As condições são de falta de chuvas, alta temperatura e baixa umidade relativa do ar. Não está descartada a ocorrência de eventuais episódios de friagens no Sul desta região.
Região Nordeste
Na Região Nordeste, o boletim do Inmet indica o predomínio de áreas com maior probabilidade de chuvas dentro ou abaixo da climatologia, principalmente sobre a costa leste, onde o período chuvoso aproxima-se do final. Na maior parte da região, a temperatura permanecerá próxima à média, enquanto que no interior inicia-se o período seco e a previsão é de temperaturas ligeiramente mais altas e baixos índices de umidade relativa, principalmente no sul do Piauí e no oeste da Bahia.
Região Centro-Oeste
Na Região Centro-Oeste, a tendência é de diminuição da umidade relativa do ar nos próximos meses, com valores diários que podem ficar abaixo de 30% e picos mínimos abaixo de 20%. A previsão para o inverno indica alta probabilidade das chuvas ocorrerem dentro a ligeiramente abaixo da média climatológica em grande parte da região, com temperaturas acima da média, devido à permanência de massas de ar seco e quente, principalmente nos meses de agosto e setembro.
Região Sudeste
O trimestre de junho a agosto corresponde ao período mais seco da região, especialmente no norte de Minas Gerais. As chuvas devem permanecer dentro a ligeiramente acima da média, principalmente em setembro, no sul de São Paulo. Já as temperaturas devem permanecer acima da média em grande parte da região, podendo haver declínio acentuado de temperatura em locais mais elevados, devido à passagem de massas de ar frio mais continentais.
Região Sul
As chuvas ocorrerão acima da média em grande parte da Região Sul. A maior frequência das frentes frias contribuirá para maiores variações nas temperaturas ao longo deste trimestre. Porém, as temperaturas médias devem permanecer acima da média climatológica, exceto na metade sul do Rio Grande do Sul e leste de Santa Catarina, onde o inverno deverá ocorrer dentro da normalidade com temperaturas mínimas podendo atingir valores abaixo de 0ºC em áreas serranas e planalto, principalmente no mês de julho.