Jornalista J.D. Vital é entrevistado no programa da TV Assembleia

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O escritor e jornalista cocaiense J. D. Vital foi entrevistado no programa Memória & Poder, da TV Assembleia, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Vital tem quase 45 anos de carreira no jornalismo, mas foram os quatro anos à frente da assessoria de imprensa do Palácio da Liberdade nos governos de Minas, que marcaram o início da trajetória do jornalista J.D. Vital. Assessor de imprensa dos governadores Tancredo Neves (1983-84) e Hélio Garcia (1984-87), vital viveu com algumas das personagens influentes da história recente do país, o período que simboliza a cobertura política brasileira.
Sobre aquele momento histórico, Vital afirma na entrevista: “Havia uma romaria de toda a inteligência nacional e todos os políticos para Minas. Nunca o Estado saiu tanto na imprensa e teve auto-estima tão afagada quanto no tempo de Tancredo Neves. Hoje, na minha opinião, não temos uma grande cobertura. Basta ver o número de sucursais de jornais que tem em Belo Horizonte. Nenhuma.”, afirma.
J.D. Vital também foi repórter nos jornais Diário de Minas, O Globo e Estado de São Paulo (Estadão) e comentarista da TV Manchete e da rádio Alvorada, em BH. No programa Memória & Poder, ele narra casos pitorescos na imprensa mineira e de jornalistas que cobriam o dia a dia do Palácio da Liberdade. Segundo Vital, ele é do tempo em que os políticos tinham prazer em conversar com os jornalistas. “Hoje, a cobertura é muito declaratória; você não consegue extrair o que está por trás de uma situação. Naquele tempo, tínhamos o jornalista José Bandeira de Mello, que conseguia fazer o “tricô político”. Com uma fase, você tecia uma matéria. O famoso “tricô de vácuo”, relembra.
Assim, como a política, a religião católica ocupa parte importante da vida do jornalista J.D. Vital. Na infância e adolescência, viveu 12 anos entre os seminários de Dom Orione, na Pampulha, e o seminário da Gameleira, dirigido por dom Serafim Fernandes de Araújo (futuro arcebispo e cardeal). Já publicou três livros: Quem calçarás as sandálias do Pescador, Como se faz um bispo, segundo o alto e baixo clero, e A revoada dos anjos de Minas, sobre o Seminário Maior de Mariana, onde estudou seu irmão, o saudoso Miguel Vital. “Descobri um nicho literário”, ironiza. Aos 70 anos de idade, o filho de Lucília Maria Vital (Dona Lulu, que empresta seu nome a uma biblioteca cocaiense) e do metalúrgico e músico Raimundo Vital Francisco, tocador de tuba, dedica hoje seu tempo à frente da gerência de comunicação da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBNM), especializada em extração de nióbio em Araxá (MG) e a Banda Santa Cecília, centenária banda de música de Barão de Cocais, sua terra natal.
*Leonel Marques