A reportagem sobre os 23 vereadores da Câmara Municipal de Santa Bárbara e seus suplentes exibida no telejornal “Bom Dia Brasil” da Rede Globo, para todo o país, mostrou a situação inacreditável do Legislativo da cidade, envolvendo o pagamento de salários a 23 vereadores e suplentes, entre afastados, presos e em atividade. Eles continuam recebendo cerca de R$ 7,6 mil por mês, sendo tema de reportagem da Rede Globo em rede nacional, na semana passada. A matéria lembra que foram eleitos onze vereadores em 2016 e que em decorrência das prisões e afastamentos, atualmente apenas um – o presidente da Câmara, Carlos Augusto Bicalho Fonseca “Guto”, continua em atividade. Todos os outros dez vereadores são suplentes, incluindo dois segundos suplentes, que ocuparam as vagas no fim do ano passado.
A reportagem chama a atenção para o valor pago em salários, que mais que dobrou nos últimos meses, chegando a R$ 174 mil, mais da metade do repasse feito à Câmara pela Prefeitura. Questionada pela repórter da Globo, Fabiana Almeida, sobre o que acha da atual situação envolvendo a Câmara, a aposentada Taís Vasconcelos Rivetti, ex-presidente da Santa Casa Nossa Senhora das Mercês (Hospital de Santa Bárbara) não poupou críticas e comparou a situação política do município à do Brasil. “Santa Bárbara é o retrato do país, onde falta medicamento, saúde pública, educação e infelizmente os professores tem que ir na igreja pedir donativos para escola”, afirmou Taís Rivetti, aliado do prefeito Leris Braga e um das organizadoras do Movimento Ética e Moral na Câmara de Santa Bárbara.
A reportagem da Globo ouviu outros moradores da cidade, que também criticaram a situação “confortável” dos políticos do município e cobraram solução. “Esperamos que a justiça se faça realmente presente, o que está demorando, porque nós não merecemos isso”, alertou o poeta e escritor Levi “Viko” Gomide. “Uma vergonha, porque o povo acredita neles (os vereadores), vota, achando que vai mudar a situação!”, comentou a farmacêutica Naiara Viegas. Outro entrevistado pela Globo, Aielston Caldeira, também fez uma comparação e falou da falta de investimentos na saúde. “Dinheiro que era para ser investido na saúde, na educação, nas famílias que estão aí desabrigadas, estão mantendo os pagamentos de 23 vereadores, que estão recebendo muito mais que os assalariados do município, alertou o ferroviário Aielston Caldeira.
Apesar do pagamento de 23 salários, a Câmara Municipal não está recebendo mais dinheiro da Prefeitura para isso. O repasse mensal continua sendo o mesmo de antes, apenas o Legislativo agora não está mais gastando com diárias de viagens e contratos de publicidade suspeitos, como ocorreu em anos anteriores. Na prática, os dez suplentes e o presidente da Câmara Guto Fonseca só não estão podendo desfrutar das benesses como antes, já que tem que “fazer economia” para quitar os salários dos “outros” vereadores afastados e presos no presídio de Barão de Cocais, finalizou a reportagem da Rede Globo, que reprisou a matéria no MG TV, no dia seguinte.
*Leonel Marques

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