Senado homenageia em sessão especial os 46 anos da Eletronorte
Agência Senado
A possível privatização da Eletronorte marcou a sessão especial do Senado que, nesta segunda-feira (17), comemorou os 46 anos de atividades da empresa. Senadores e deputados se colocaram contrários à privatização, argumentando que a empresa é rentável e que abrir mão do controle das hidrelétricas seria ruim para o Brasil.
O senador Weverton (PDT-MA) criticou o governo pelo que chamou de política desenfreada para entregar ao capital estrangeiro ou privado setores estratégicos como os da Eletrobras e da Petrobras.
— Não somos contra a vinda da iniciativa privada. Pelo contrário, essas empresas podem vir ajudar, mas não comandar políticas tão estratégicas como a energética. Não existe almoço de graça no Brasil. Quem paga essa conta é o cidadão trabalhador, na conta de luz.
Esse também foi o tom do deputado José Ricardo (PT-AM), ao lamentar o que chamou de “retrocesso”. Para ele, o aumento do custo da energia e dos riscos num setor estratégico da economia são reais. Por isso, o deputado criticou a visão “de entregar a Eletronorte e o setor energético ao capital privado”.
O representante dos eletricitários, Ícaro Chaves, afirmou que não há motivo para privatizar uma empresa lucrativa como a Eletronorte.
— Soberania não é feita só por Forças Armadas, é por integração, energia, sentimento de nacionalidade e uso de uma mesma língua. O maior desafio do grupo é manter a empresa pública e pertencente a todos os brasileiros.
A informação de que a Eletronorte é lucrativa foi reiterada pelo presidente da estatal, Roberto Parucker. De acordo com ele, as receitas totais faturadas pela estatal subiram R$ 300 milhões no ano passado, em relação a 2017.
— Passaram de R$ 7,1 bilhões a R$ 7,4 bilhões. Por outro lado, um programa de redução de custos de despesas operacionais economizou cerca de R$ 1,4 bilhão — calculou.
No ano passado, a Eletronorte pagou R$ 171 milhões em royalties para os municípios pelo uso dos recursos naturais. Parucker afirmou que a empresa, como terceira maior geradora brasileira, traz robustez ao setor elétrico brasileiro numa matriz limpa e renovável.
A certificação pelo Japan Institute for Plant Maintenance foi lembrada em vários momentos da cerimônia. A empresa foi a primeira no mundo a receber o título de qualidade TPM (que significa manutenção produtiva total) pelo complexo de hidrelétricas Tucuruí, Curuá-Uma e Samuel. As três hidrelétricas foram reconhecidas por terem um sistema de gestão que identifica e elimina as perdas existentes nos processos empresariais, maximiza o uso dos ativos e garante produtos de alta qualidade a custos competitivos. O TPM é conhecido como “perda zero, falha zero e acidente zero”.