Sgpan suspende socorro aos animais abandonados nas ruas de Caeté

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A Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza de Caeté (Sgpan) divulgou Comunicado nesta terça-feira, dia 8 de maio, tornando pública a decisão do seu Colegiado Diretor de suspender suas atividades de “socorro aos animais abandonados e doentes e de pessoas pobres de Caeté”. A ONG justifica que já acumula uma dívida de R$ 35 mil com atendimentos aos animais resgatados nas ruas da cidade, acumulada desde a criação da ONG em 2008.
A Sgpan calcula que “a despesa mensal total fica em média 16 mil reais, incluindo as despesas da clínica, compra de ração, pagamento da contabilidade e de dois lares temporários pagos”. Por outro lado, a arrecadação, segundo a entidade, está “em torno de 5 mil reais, a maior parte vinda de verbas indenizatórias aplicadas pelo Ministério Público”.
A ONG lamenta a decisão e alerta que “principalmente ao longo de 2017, explodiu o número de animais abandonados e doentes pelas ruas da cidade. Há também muitas pessoas pobres, desempregadas, que recorrem à ONG em busca de atendimento veterinário para seus animais”.

Leia abaixo o Comunicado na íntegra:

SGPAN COMUNICA A SUSPENSÃO DO ATENDIMENTO AOS ANIMAIS EM CAETÉ 
Prestes a completar 10 anos de atuação em Caeté (19/6/18), o Colegiado Diretor da Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza de Caeté (SGPAN) comunica, com muita tristeza e contra a vontade de seus voluntários que, unicamente por falta de dinheiro, está suspendendo o socorro aos animais abandonados e doentes e de pessoas pobres de Caeté.
A dívida atual da SGPAN com a clínica Cães e Cia, que atende os animais resgatados pela ONG, está hoje em 35 mil reais. As doações que a ONG recebe atualmente, por mês, estão em torno de 5 mil reais, a maior parte vinda de verbas indenizatórias aplicadas pelo Ministério Público. Mas a despesa mensal total fica em média 16 mil reais, incluindo as despesas da clínica, compra de ração, pagamento da contabilidade e de dois lares temporários pagos. Portanto, a conta não fecha e a dívida de 35 mil aumenta a cada dia.
Para continuar atendendo aos animais de rua e de pessoas pobres, a SGPAN precisaria, além do que recebe do Ministério Público, de um aporte de cerca de 9 mil reais/mês.
Detalhamento
A Prefeitura, em outubro de 2017, repassou uma subvenção de 20 mil reais que foi usada na quitação de dívida acumulada desde a criação da ONG em 2008. Mas, principalmente ao longo de 2017, explodiu o número de animais abandonados e doentes pelas ruas da cidade. Há também muitas pessoas pobres, desempregadas, que recorrem à ONG em busca de atendimento veterinário para seus animais.
Com isto, a ONG registrou, nos últimos seis meses, uma média de 89 atendidos por mês, totalizando uma despesa mensal média na clínica em torno de 15 mil. Há 13 lares temporários gratuitos, para os quais a ONG manda ração e cuida da saúde dos animais até serem adotados. Cuida também de animais comunitários, que vivem em praças da cidade, Poliesportivo e Rodoviária. A SGPAN faz, com muitas dificuldades, palestras educativas nas escolas e realiza eventos de adoção.
Em 2018 a Prefeitura destinou uma subvenção de 30 mil reais mas a Câmara de Vereadores cortou 10 mil. Os 20 mil autorizados pela Câmara para 2018 ainda não foram repassados à ONG.
Em dezembro de 2017 a Prefeitura destinou 10 mil reais para a ONG e em março de 2018 fez novo repasse de 10 mil reais. A SGPAN agradece e reconhece o esforço da administração municipal em ajudar os animais, mas estes valores não são suficientes para cobrir os gastos decorrentes de tantos animais doentes resgatados nas ruas da cidade.
O que fez a ONG sobreviver com inúmeras dificuldades ao longo desses 10 anos foi a conjugação de muita compaixão, amor, coragem e determinação de seus voluntários, a parceria e boa vontade do dr Horácio Alves (Clínica Cães e Cia) e a valiosa ajuda do Ministério Público, através da promotora dra Anelisa Cardoso Ribeiro. A atual administração municipal aumentou o valor da subvenção concedida à ONG mas, diante do aumento absurdo do número de animais doentes abandonados e de pessoas pobres nos pedindo ajuda, os valores recebidos não estão sendo suficientes.
Os voluntários da ONG são pessoas físicas, pais e mães de família que trabalham em seus empregos o dia todo mas sacrificam suas vidas pessoais, familiares e profissionais para ajudar os animais. Na verdade os 18 voluntários diretos da SGPAN trabalham de graça para a Prefeitura, pois a lei 21.970/2016 prevê que a Prefeitura faça todo o trabalho que a ONG faz.
Mas, como ainda não faz, os voluntários se vêem obrigados a fazer: resgatam, transportam, arcam com as dívidas na clinica, providenciam lares temporários, alimentação, medicamentos, abrem suas casas para acolher os animais e vivem lotadas porque o índice de adoção é baixo e o de abandono infelizmente é alto. E ainda castram os animais, realizam eventos de adoção etc.
A Prefeitura, juntamente com a SGPAN e Ministério Público, estão encaminhando a implantação do Centro de Controle Veterinário de Caeté (CCV), que cumprirá a lei 21.970 ao realizar castrações gratuitas de cães e gatos. Junto com o socorro aos que precisam e a conscientização para a guarda responsável dos animais, a castração é a ação mais urgente para darmos fim aos maus tratos, sofrimento e abandono dos animais. Precisa ter fim também o comércio de animais! Animais não são produto nem presente!
A SGPAN tem todos os documentos exigidos por lei, presta contas trimestralmente ao Ministério Público e conta com escritório de contabilidade para ter toda a documentação contábil em dia.
Após esgotar todas as possibilidades de conseguir valores que cobrissem as despesas, aos voluntários da SGPAN restou a triste conclusão de que não há outra alternativa a não ser parar de socorrer os animais, situação que simplesmente dilacera nossos corações. Vamos continuar fazendo as palestras para a conscientização para a guarda responsável de animais, os eventos de adoção e vamos continuar cuidando dos animais que estão nos lares temporários da ONG até que sejam todos adotados.
Como somos pessoas físicas e sobre nós cai a responsabilidade de saldar a dívida, não temos alternativa a não ser suspender o atendimento, o que fazemos com muita revolta e tristeza.
Caeté, 8 de maio de 2018 
Colegiado Diretor da Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza de Caeté (SGPAN)

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