A licença para a Mina de Cava de Divisa, entre os municípios de Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo, que integra o complexo de Brucutu da Vale, foi aprovada por 10 votos a um, na Superintendência Regional de Meio Ambiente Leste (Supram-Leste) em Governador Valadares, e que contou com a presenças do prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos Santos, vice-prefeito Lourival Ramos, o presidente da Câmara, vereador Leonei Morais Pires e os vereadores Sérgio Pena (vice-presidente da Câmara), Marisa Lopes, Waldyr Rosa e Onézimo Rodrigues.
O interesse das autoridades cocaienses na votação da licença ambiental pedida pela Vale, é que a nova mina de Brucutu, a Cava da Divisa, cria perspectiva de que Barão de Cocais receba parte dos royalties do minério de ferro, o conhecido imposto CFEM. A Vale conquistou na sexta-feira, dia 30 de novembro, as licenças de instalação (LI) e de operação (LO) para a expansão da Mina de Brucutu. A documentação foi votada pela Câmara de Atividades Minerais (CMI) do Conselho Estadual de Políticas Ambiental (Copam) e finalmente pela Supram-Leste, em Governador Valadares na semana passada. O projeto de “Cava da Divisa” avançará no sentido Barão de Cocais e conferirá ao empreendimento mais de 20 anos de exploração de minério de ferro.
A expectativa, segundo a Vale, é de que sejam gerados mais de 800 empregos durante a obra e quase 170 funcionário diretamente na empresa durante a operação. São 841 hectares de área na divisa entre São Gonçalo do Rio Abaixo e Barão de Cocais, que serão explorados após 20 meses de implantação da Unidade de Tratamento de Minerais (UTM) na região. De acordo com a mineradora Vale, serão necessários 216 empregados para as obras de terraplanagem e outros 619 trabalhadores para as obras civis e montagem eletromecânica.
O funcionamento da Cava de Divisa inclui lavra a céu aberto sem tratamento ou com tratamento a seco de minério de ferro, uma Unidade de Tratamento de Minerais (UTM), pilha de rejeito estéril e linha de transmissão de energia elétrica. Quando estiver em operação, em 2020, o projeto elevará a produção atual de Brucutu em 15 milhões de toneladas por ano, de minério, atingindo 72 milhões de toneladas por ano. A vida útil da mina de Brucutu se estenderá aproximadamente até 2040. Na fase de operação do projeto de expansão, está prevista a contratação de 73 funcionários para as operações de beneficiamento do minério na nova UTM e 92 trabalhadores para as operações de lavra e disposição de estéril.
Para o projeto de expansão da mina de Brucutu, a Vale optou por um método que dispensa a construção de uma nova barragem. Isso porque o minério de ferro será processado a seco, por meio da UTM. O sistema será alimentado por meio de correias transportadoras que conduzirão o material extraído da britagem primária até a unidade de tratamento, bem como da UTM para o pátio de carregamento e/ou usina. A Vale defende que a adoção desta forma de tratamento de minério, representará um ganho ambiental para o processo. Da mesma forma, as Pilhas de Disposição de Rejeito (PDR) e Estéril (PDE), previstas no projeto, serão instaladas em área do próprio empreendimento, dentro do polígono requerido para a expansão da Cava de Divisa., reduzindo a necessidade de impactar novas áreas para a disposição do material estéril gerado. A estimativa da mineradora Vale é que sejam produzidas até 440 milhões de toneladas de rejeito e estéril durante os 20 anos de operação da cava.
*Leonel Marques