A Igreja de São Francisco de Assis, no Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, reabre suas portas ao público, nesta sexta-feira, dia 4 de outubro, data dedicada ao santo no calendário da igreja católica.
Com investimentos de R$ 1,07 milhão do Governo Federal, por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Igreja de São Francisco de Assis estápronta para acolher batizados, casamentos e missas. Primeira no Brasil construída nos padrões da arquitetura moderna, a Igrejinha da Pampulha, como é popularmente conhecida, foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
A cerimônia de entrega será em uma data especial para os católicos, no dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da natureza e patrono da igreja. O evento contará com a presença do secretário adjunto da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, José Paulo Soares Martins, da presidente do Iphan, Kátia Bogéa, do diretor do Departamento de Projetos Especiais (DPE/Iphan), Robson de Almeida, do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor e demais autoridades locais.
Os procedimentos de restauração aplicados na Igreja de São Francisco de Assis incluíram revitalização de piso, revestimentos, pinturas, impermeabilização e recuperação de elementos danificados. Houve ainda a remoção do forro da nave, instalação de telhas e calhas, revisão da instalação elétrica e reforma dos sanitários. A obra foi executada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e pelo Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais da Universidade Federal de Minas Gerais.
Joia modernista feita por muitas mãos
Construída entre 1942 e 1943, o imóvel só foi entregue ao culto religioso mais de 15 anos depois, no final da década de 1950. Isso ocorreu devido à recusa de Dom Cabral, primeiro arcebispo de Belo Horizonte, em consagrar a Igreja enquanto casa de Deus, em razão de suas formas modernas, que contrariavam os padrões comumente utilizados em templos religiosos da época.
Projetada por Oscar Niemeyer, a Igreja é reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 1947. Ela está inserida no Conjunto Moderno da Pampulha, reconhecido como Patrimônio Mundial desde 2016. A convite do arquiteto modernista, importantes artistas colaboraram com a construção do templo: Cândido Portinari, nos painéis e pinturas; Alfredo Ceschiatti, nas esculturas; Paulo Werneck, nos painéis de arte abstrata em pastilhas e Roberto Burle Marx, no paisagismo do entorno.