Em 2017, havia 15,1 milhões de pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários. Isso representou uma queda de 1,5 milhões de pessoas em relação ao Censo Agro anterior, realizado em 2006. Os dados esão no Censo Agro 2017, divulgado pelo IBGE nesta sexta (25).
Nos estabelecimentos da Agricultura Familiar, a população ocupada se reduziu em 2,166 milhões de pessoas, enquanto nos estabelecimentos não caracterizados dessa forma, deu-se o oposto: um aumento de 702,9 mil trabalhadores.
Cerca de 77% dos estabelecimentos foram classificados como de Agricultura Familiar e foram responsáveis por 23% do valor da produção, ocupando 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários. Trabalhavam na Agricultura Familiar cerca de 10,1 milhões de pessoas, ou 67% da mão de obra dos estabelecimentos agropecuários.
A média de ocupados por estabelecimento caiu de 3,2 pessoas, em 2006, para 3,0 pessoas, em 2017. Em sentido oposto, o número de tratores cresceu 49,9% no período e chegou a 1,22 milhões de unidades.
De 2006 para 2017, cresceu em 143% a contratação de mão de obra para os estabelecimentos agropecuários com intermediação de terceiros (empreiteiros, cooperativas e empresas), passando de 251.652 para 611.624 no período.
O Censo Agro 2017 contou 5.073.324 estabelecimentos agropecuários no Brasil, com redução de 2,0% em relação a 2006. Mas a área dos estabelecimentos cresceu 5,8% no período e chegou a 351.289.816 hectares. Com exceção do Nordeste, houve aumento de área em todas as regiões. No Sul, esse aumento ocorreu mesmo com a queda no número de estabelecimentos. Se considerarmos apenas os 4.996.287 estabelecimentos com área em 2017, houve um crescimento de 1,5% em relação a 2006 (4.920.617 estabelecimentos).
Em 2017, o Brasil tinha 51.203 estabelecimentos com 1 mil hectares ou mais, que representavam apenas 1,0% do total, mas concentravam 47,6% da área ocupada pelos estabelecimentos. Em 2006, essa participação era de 45%.
Desde 2006, houve aumento de 52,6% no número de estabelecimentos que fizeram uso de irrigação. A área total irrigada cresceu 47,6%, passando de 4,5 milhões para 6,69 milhões de hectares, no período.
O número de produtores que declararam ter acesso à Internet cresceu 1.900%, passando de 75 mil, em 2006, para 1.430.156 em 2017, sendo 659 mil através de banda larga e 909 mil, via internet móvel.
Cerca de 1,7 milhão de produtores informaram ter utilizado agrotóxicos em 2017, um aumento de 20,5% em relação a 2006. Na série histórica dos censos agropecuários, esse número variou bastante, chegando ao seu ponto mais alto (quase 2 milhões) em 1980, e ao nível mais baixo (quase 1,4 milhão) em 2006.
Pela primeira vez, o Censo Agro investigou a cor ou raça dos produtores: 52,8% deles eram pretos ou pardos e 45,4% eram brancos, numa distribuição semelhante à da população do país, segundo a PNAD Contínua. Já a participação de mulheres e idosos de 65 anos ou mais na direção dos estabelecimentos aumentou, chegando a, respectivamente, 18,7% e 23,2%. Em 2006, as mulheres representavam 12,7% dos produtores e os idosos, 17,5%.
Em 30/09/2017, havia 15.105.125 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários, uma média de 3,0 pessoas por estabelecimento, entre produtores e pessoas com laços de parentesco com eles, além de empregados temporários e permanentes. Do total de pessoas ocupadas nesta data, os produtores e trabalhadores com laços de parentesco com eles representaram 73,5% (11.101.533).
Na comparação com o Censo Agropecuário 2006, houve redução de 1.463.080 pessoas no total de ocupados, que era de 16.568.205 no dia 31/12 daquele ano. A média de ocupados por estabelecimento também caiu, de 3,2 pessoas, em 2006, para 2,97, em 2017.
Nos estabelecimentos da Agricultura Familiar, a população ocupada se reduziu em 2,166 milhões de pessoas. No entanto, nos estabelecimentos que não caracterizados dessa forma, a oferta de postos de trabalho seguiu um rumo oposto: de 2006 para 2017, a população ocupada nesse tipo de estabelecimentos ganhou mais 702,9 mil trabalhadores.