A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses recuou 0,2 ponto percentual (p.p.) em outubro de 2019, para 4,9%, nível próximo do mínimo histórico de julho de 2007 (4,8%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 0,8 p.p. Os dados foram divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FG V), nesta quinta-feira (24)
“O resultado de outubro sinaliza que a percepção de inflação pelos consumidores continua convergindo para a meta oficial. Grande parte desse resultado pode ser devido à trajetória favorável dos preços e, principalmente, à ausência de choques sobre os produtos de maior peso na cesta de consumo das famílias. Para os próximos meses, espera-se que o indicador permaneça nessa tendência de queda, refletindo o bom comportamento do nível geral de preços”, afirma Renata de Mello Franco, economista da FGV IBRE.
Analisando a frequência da inflação prevista por faixas de respostas, a parcela dos consumidores que projetam valores entre o limite inferior e a meta de inflação para 2019 (entre 2,75% e 4,25%) aumentou, de 40,8% em setembro para 43,2% em outubro, a maior dos últimos seis meses. Enquanto isso, a proporção de consumidores projetando acima do limite superior da meta de inflação (acima de 5,75%) para 2019 diminuiu 2,1 p.p., para 32,2%, a menor proporção desde maio de 2018 (31,9%), antes da greve dos caminhoneiros.
Na análise por faixas de renda, a maior queda em outubro nas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes ocorreu entre as famílias com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, cuja expectativa mediana diminuiu 0,6 p.p., para 5,2%, o menor nível desde março de 2008 (5,1%). Para os consumidores de renda acima de R$ 9,6 mil, a expectativa mediana se manteve em sua mínima histórica de 4,0%.