Nesta terça-feira, 9 de julho, as escolas municipais, estaduais e particulares de Barão de Cocais lembraram o aniversário de morte do tenente-coronel do exército imperial, José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o lendário Barão de Cocais (1792-11869) que completou 150 anos do seu falecimento. Ele está sepultado de frente da sacristia da igreja de Santana, na Vila Colonial de Cocais, em Barão de Cocais.
Militar, político, empresário e fazendeiro, José Feliciano nasceu na Fazenda da Cachoeira, a 4 km da sede do distrito de Cocais, no dia 1º de dezembro de 1792 e faleceu no dia 9 de julho de 1869. Era o terceiro filho da prole de oito filhos do casal, brigadeiro Antônio Caetano Pinto Coelho da Cunha e Anna Casemira Furtado Leite, filha dos fundadores da Vila de Cocais, em 1702. O menino José Feliciano foi enviado pelos pais para estudar no Rio de Janeiro e depois ingressaria no exército imperial, alcançando a patente de tenente-coronel, reformando-se como coronel, em ato do Imperador Dom Pedro II.
Com uma sólida educação palaciano, José Feliciano foi camareiro (veador) da Casa Imperial e como fidalgo recebeu o título de Cavaleiro da Ordem Imperial de Cristo, em 1822, e depois o título de Comendador da Ordem Imperial de Cristo, em 1840, quando participou da Maioridade de Dom Pedro II. Em 1819, casou-se com Anthonia Thomazia de Figueredo Neves, filha do Cel. Anthonio Thomazio de Figueredo Neves, proprietário das minas de ouro de Santa Quitéria e de Catas Altas. O casal teve cinco filhos, nascidos em Cocais. Participante ativo do movimento da Independência do Brasil em 1822, recebe o título de Cavaleiro da Ordem Imperial de Cristo das mãos do Imperador Dom Pedro I, elegendo-se deputado provincial por Minas Gerais (equivalente a deputado estadual) e mais tarde, deputado-geral (hoje, deputado federal) em 1830, reelegendo-se em sucessivas legislaturas até 1848. Em 1833, funda no distrito de Cocais, a sua empresa Companhia Brasileira de Mineração da Serra de Cocais, em asociação com os ingleses da empresa britânica National Mining Co. No ano de 1835, José Feliciano Pinto Coelho da Cunha é nomeado o sexto presidente (atual governador) da Província de Minas Gerais, em ato assinado pelo Regente do Império, Diogo de Feijó. Em 1840, vota a Maioridade do Imperador Dom Pedro II, mas em 1842, é clamado presidente (governador) interino de Minas Gerais, em Barbacena, aceitando ser comandante-em-chefe da Revolução Liberal de 1842, em Minas Gerais, ao lado dos deputados do Império, Teófilo Ottoni, Limpo de Abreu, Cônego Marinho, entre outros revolucionários. Nas batalhas obteve grande êxito como estrategista militar, mas decide recuar ao Quartel Militar de Santa Luzia, atendendo ao pedido de pacificação de seu amigo, Barão de Caxias (futuro Duque de Caxias que depois visita-o foragido no distrito de Cocais, mas não consegue prendê-lo. Então teve seus direitos políticos cassados por dois anos.
Mas a lealdade de José Feliciano à Coroa Imperial durante a Revolução de 1842, Dom Pedro II anistia-o em 1844 e o reconduz ao posto de Camareiro (veador) da Casa Imperial. Ao ler em livro a História da Revolução Liberal de 1842, escrita pelo revoluncionário e historiador Cônego José Antônio Marinho, o imperador dom Pedro II intitula José Feliciano como “barão com grandeza” em 1855 (Barão de Cocais). Reanimado , lidera a emancipação política de Santa Bárbara, ao qual o distrito de Cocais pertencia. Em 1860 era eleito vereador e um ano depois, em 1861, assume a presidência da Câmara de Santa Bárbara, cargo equivalente ao de prefeito da cidade). Em 1865, José Feliciano adoece, vítima de tuberculose, realizando tratamento sem sucesso, vindo a falecer no dia 9 de julho de 1869, no Solar da Família dos Pinto Coelho, construída de frente à igreja de Santana, sendo sepultado no interior da igreja, de frente à porta de entrada da sacristia. O barão de Cocais deixou os seguintes filhos: Antônio Feliciano (médico) casado com sua prima Maria Olinta Pinto Coelho; Anna Casemira com Bernardo Nascentes Pinto Coelho (primo) Júlia Amália com Ovídio Cézar Pinto Coelho (primo), Joaquim Pinto Coelho com Heloísa Augusta de Andrade (prima) e Anthonia Thomzia com João Aguiar Leite Pinto (primo).
*Leonel Marques, de Barão de Cocais
Há 150 anos morria o lendário Barão de Cocais
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