A carne suína é uma das mais consumidas em muitos países da região
A rápida propagação da febre suína africana, FSA, em todo o leste e sudeste da Ásia está ameaçando a segurança alimentar e a subsistência de milhões de pessoas que dependem da criação de porcos na região.
De acordo com o alerta feito terça-feira (02/07) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, os pequenos agricultores são responsáveis por uma proporção significativa da produção de carne suína na vasta região. O surto seria especialmente preocupante para esses produtores, que podem não ter a experiência e os recursos necessários para proteger seus rebanhos da doença.
Carne de porco
A FAO recebeu relatos de que a FSA levou a perdas de renda nos países afetados, onde dezenas de milhões de famílias trabalham com a suinocultura. Quase metade da quantidade de carne produzida na região é suína, que é uma fonte essencial de proteína animal e renda.
Na China, o maior produtor de carne de porco do mundo, cerca de 130 milhões famílias atuam no setor e os pequenos produtores são responsáveis por cerca de 30% da produção nacional.
Os danos causados são agravados pelas restrições impostas pelos governos para conter a propagação da doença, incluindo limitações no transporte e venda de suínos vivos e produtos de origem suína de regiões onde a presença da doença foi confirmada.
Preços
Segundo a agência da ONU, a expectativa é de que as dietas de muitas pessoas vulneráveis que vivem nos países do leste e sudeste da Ásia sejam negativamente afetadas.
A FAO apontou ainda que a carne suína é uma das mais consumidas no mundo e é a mais utilizada em muitos países da região, incluindo na China, no Camboja, no Vietnã, nas Filipinas, na Tailândia e no Mianmar. Se o problema durar a médio prazo, é esperada uma mudança para o consumo de outra fonte de proteínas, principalmente o de aves.
Fora isso, o declínio na produção de carne de porco e depleção dos atuais estoques congelados devem resultar em aumentos de preços.